terça-feira, 26 de julho de 2011


AS ESTRELAS DE LUNA

"Luna tinha um talento, o talento de ver através de tudo"


Estou na sacada. Sozinha. Eu e elas.

Enquanto as observo, uma dúvida surge.

Uma pequena hipótese.

Pergunto mentalmente.

Uma coisa que você nunca vai ouvir.


Passadas pequenas. Contadas. 1,2,3,40... corredores longos, biblioteca cheia... vozes, vozes gritantes:

-Aquela garota é novata?- perguntou uma morena baixinha, de feições arrogantes.

-Ouvi dizer que é maluca.- Se pronunciou um rapaz alto, que parecia mais velho que os outros.

-Olhe o que ela usa, chamam-na de "Dia Lua"- riu a loira, com ar arrogante.

Eu já era acostumada com isso. Críticas. Todos me ignoravam, ninguém sabia no que eu acreditava, ninguém sabia quem eu era.

-Na verdade, eu acho ela divertida e... peculiarmente amável.

Arregalei meus olhos. Seria ele o rapaz do ônibus? Aquele, justo aquele, do sorriso tão adorável direcionado a mim, que não retribuí?

Ele me olhava novamente, os olhos verdes gentis.

Mudei de ideia: eu sorri. Seus olhos me deram uma escolha.


Se alguém te perguntasse qual a coisa mais bonita da vida, o que dirias?

Você nunca responderia, não é?

Mas acho que você falaria de amor, beleza, vitória... Algo que você amou por muito tempo, e de repente, passou a entender que nunca teria ou talvez tivesse, mas não do jeito que esperava que fosse. Odiaria.

Mas, para mim não eram coisas como essas ... sempre foram as estrelas.


E eu escolhi.

Também chorei.

Mas, ele sorriu para mim.

Eu sorri também, era inevitável.

E, é claro, você imagina, ali eu vi as estrelas. Ali eu amei. Ali, meu coração bateu mais forte, e assim sempre foi.

Mas, não se iluda.

Ele tem olhos verdes.

As estrelas são brancas.


Você não entenderia se eu lhe dissesse isso. Acho que você nem ao menos se lembra. Mas, para ser sincera, não sei. Eu nunca soube dizer o que você pensa.

Mas eu fui apaixonada pelas estrelas.

Pelas estrelas que existiram num breve segundo nos seus olhos, mas que eu amei pelo resto da vida.

Quando as estrelas desapareceram, só coube a mim aceitar silenciosamente. Suas estrelas já realizavam os desejos de outra... Eu apenas deveria aceitar.

Enquanto eu amasse aquelas estrelas, eu estaria em busca do longe, do inalcansável. Eu sempre gostei disso. Mas, agora eu sabia que era real. A dor era inevitável.


-Ela é a mulher da minha vida.

Saboreio por um momento aquelas palavras e aquele sorriso. Por um longo tempo, e mesmo agora, desejei inúmeras vezes que você ficasse mudo no meio desta frase, esta frase que me faz sentir vontade de sorrir e de chorar ao mesmo tempo. Essa frase que carrega duas palavras que quando faladas por você, têm efeitos opostos sobre mim. Tenho inveja dela. Odeio isso. Mesmo assim sorrio.

-Eu espero que sejam muito felizes, Tom.

É, realmente eu espero.


-Eu te amo, Luna.

Olhei-o temerosa. Eram olhos diferentes. Não eram as estrelas que eu amava, mas poderiam ser minhas.

Foi a única vez que eu não busquei o inalcansável. Aquelas estrelas já brilhavam para uma outra lua, uma lua que não era eu.

Não desvio meus olhos e finjo por um segundo que isso não importa, que é apenas um detalhe. Mas realmente importava.





Eu juro que vou tentar parar de escrever coisas tão estranhas algum dia. Juro. Essa é uma fanfic disponível na minha conta do FF. Pessoalmente, gosto dela. É isso. =)

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